Translate

sexta-feira, 16 de março de 2012

O PODER DA ESTUPIDEZ



A QUESTÃO acerca da qual muitas vezes as pessoas razoáveis se interrogam é a de que como e por que pessoas estúpidas conseguem atingir posições de poder e de autoridade. Não é difícil compreender como o poder político, econômico ou burocrático aumenta o potencial nocivo de uma pessoa estúpida. Mas temos ainda de explicar e perceber o que torna essencialmente perigosa uma pessoa estúpida, ou seja, em que consiste o poder da estupidez.

Os estúpidos são perigosos e funestos principalmente porque as pessoas razoáveis acham difícil imaginar e entender um comportamento estúpido. Uma pessoa inteligente pode entender a lógica de um bandido. As ações do bandido seguem um modelo de racionalidade. O bandido quer algo “mais” na sua conta. “Dado que não é suficientemente inteligente para cogitar métodos com os quais obteria algo “mais” para si, proporcionando ao mesmo tempo algo “mais” também para os outros, ele obterá o seu algo “mais” causando algo “menos” ao seu próximo. Tudo isto não é justo, mas é racional e se somos racionais podemos prevê-lo. Em suma, podemos prever as ações de um bandido, as suas sujas manobras e as suas deploráveis aspirações e muitas vezes podemos preparar as defesas apropriadas.


Com uma pessoa estúpida tudo isto é absolutamente impossível. Como está implícita na Terceira Lei Fundamental, uma criatura estúpida persegui-lo-á sem razão, sem um plano preciso, nos tempos e nos lugares mais improváveis e mais impensáveis. Não há qualquer maneira racional de prever se, quando, como e por que, uma criatura estúpida vai desferir o seu ataque. Perante um indivíduo estúpido está-se completamente vulnerável. Dado que as atitudes de uma pessoa estúpida não são conformes às regras da racionalidade, disso resulta que:


a) geralmente somos apanhados de surpresa pelo ataque;
b) quando temos consciência do ataque não conseguimos organizar uma defesa racional, porque o ataque em si não tem qualquer estrutura racional.


O fato de a atividade e os movimentos de uma criatura estúpida serem absolutamente erráticos e irracionais, não só torna a defesa problemática como torna ainda extremamente difícil qualquer contra-ataque – é como tentar disparar contra um objeto capaz dos mais improváveis e inimagináveis movimentos. “Isto é o que Dickens e Schiller tinham em mente quando um deles afirmou que “com estupidez e boa digestão o homem pode enfrentar muitas coisas”, e o outro que
“CONTRA A ESTUPIDEZ OS PRÓPRIOS DEUSES COMBATEM EM VÃO”.



Devemos ter ainda em conta uma outra circunstância. A pessoa inteligente sabe que é inteligente. O bandido tem consciência de ser um bandido. O crédulo está penosamente ciente da sua própria credulidade. O estúpido, ao contrário de todos estes personagens, não sabe que é estúpido. Isso contribui decisivamente para dar maior força, incidência e eficácia à sua ação devastadora. O estúpido não é inibido por aquele sentimento a que os anglo-saxónicos chamam self-consciousness. Com um sorriso nos lábios, como se fizesse a coisa mais natural do mundo, o estúpido aparecerá inopinadamente para lhe dar cabo dos seus planos, destruir a sua paz, complicar-lhe a vida e o trabalho, fazer-lhe perder dinheiro, tempo, bom humor, apetite e produtividade – e tudo isto sem malícia, sem remorsos e sem razão. ESTUPIDAMENTE.




Extraído do cap. Le leggi fondamentali della stupidità umana in Allegro ma non troppo – Carlo Maria Cipolla.

Novos aspectos fisiopatológicos envolvidos no transtorno obsessivo-compulsivo

RESUMO: o objetivo deste trabalho consistiu em consultar, em periódicos científicos eletrônicos, os conceitos etiológicos mais utilizados para definir a fisiopatologia do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), a fim de, posteriormente, descrever os mecanismos responsáveis por sua classificação entre os estados patológicos associados à hiperativação do Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA). Concluiu-se que, embora o TOC ainda seja considerado um transtorno idiopático e de características heterogêneos, a hipótese na qual sugere um funcionamento anômalo no circuito cortico-estriato-tálamo-cortical, possivelmente, em virtude da falta de intervenção inibitória do Núcleo Caudado desencadeie excesso da atividade talâmica, retroalimentando os pensamentos invasivos e/ou os comportamentos repetitivos originários do Córtex Órbito-Frontal, gerando níveis patológicos de ansiedade que, através da Amígdala, elevam a atividade do Eixo HHA.
Leia o Artigo completo: