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domingo, 19 de maio de 2013

As Leis Fundamentais da Estupidez Humana







~~ INTRODUÇÃO ~~

As atividades humanas encontram-se, por unânime consenso, em um estado deplorável. Esta, no entanto, não é uma novidade. Olhando para trás até onde podemos, elas sempre estiveram em um estado deplorável. O pesado fardo de desgraças e misérias que os seres humanos devem suportar, seja como indivíduos, seja como membros da sociedade organizada, é substancialmente o resultado do modo extremamente improvável – e ouso dizer estúpido – pelo qual a vida foi organizada desde os seus inícios.
Desde Darwin, sabemos que compartilhamos a nossa origem com as outras espécies do reino animal, e todas as espécies, sabe-se, da lombriga ao elefante, devem suportar a sua dose cotidiana de atribulações, temores, frustrações, penas e adversidades. Os seres humanos, todavia, têm o privilégio de terem de se sujeitar a um peso adicional, a uma dose extra de atribulações cotidianas, causadas por um grupo de pessoas que pertencem ao mesmo gênero humano. Este grupo é muito mais poderoso que a Máfia ou que o Complexo industrial-militar ou que a Internacional Comunista. É um grupo não organizado, que não faz parte de nenhuma hierarquia, que não tem chefe, nem presidente, nem estatuto, mas que consegue ainda assim operar em perfeita sintonia como se fosse guiado por uma mão invisível, de tal modo que as atividades de qualquer membro contribuem potencialmente para reforçar e amplificar as atividades de todos os demais.
A natureza, o caráter e o comportamento dos membros deste grupo são o argumento das páginas que seguem. É necessário salientar neste ponto que este ensaio não é fruto de cinismo nem um exercício de derrotismo social – não mais do que o é um livro de microbiologia. As seguintes páginas são, de fato, o resultado de um esforço construtivo para investigar, conhecer e, portanto, possivelmente, neutralizar uma das mais poderosas e obscuras forças que impedem o crescimento do bem-estar e da felicidade humana.
1º Capítulo – A Primeira Lei Fundamental

Primeira Lei Fundamental da estupidez humana afirma sem ambiguidade que: Sempre e inevitavelmente cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos em circulação¹.
À primeira vista esta afirmação pode parecer trivial, ou óbvia, ou até mesquinha, ou mesmo todas as três coisas juntas. No entanto, um exame mais atento revela plenamente a sua realista veracidade. Considere-se o que segue. Por mais alta que seja a estimativa quantitativa que alguém faça da estupidez humana, resta-se repetidamente e recorrentemente espantado pelo fato de que:
a)     Pessoas que julgávamos no passado como racionais e inteligentes revelam-se depois, subitamente, inequívoca e irremediavelmente, estúpidas;
b)     Dia após dia, com uma incessante monotonia, vemo-nos dificultados e obstruídos em nossas próprias atividades por indivíduos teimosamente estúpidos, que aparecem repentina e inesperadamente nos lugares e nos momentos menos oportunos.
A Primeira Lei Fundamental nos impede de atribuir um valore numérico à fração de pessoas estúpidas em relação ao total da população: qualquer estimativa numérica resultaria em uma subestimação. Por isto, nas páginas seguintes denotar-se-á a quota de pessoas estúpidas no conjunto de uma população com o símbolo s.

¹ Os autores do Velho Testamento estavam cientes da existência da Primeira Lei Fundamental e a parafrasearam ao afirmar que “stultorum infinitum numerus”, mas cometeram um exagero poético. O número de pessoas estúpidas não pode ser infinito porque o número de pessoas vivas é finito. (N. do A.)

2º Capítulo – A Segunda Lei Fundamental

As tendências culturais predominantes hoje nos países ocidentais favorecem uma visão igualitária da Humanidade. Ama-se pensar no Homem como o produto de massa de uma linha de montagem perfeitamente organizada. A genética e a sociologia, sobretudo, esforçam-se para provar, com uma muralha impressionante de dados científicos e formulações, que todos os homens são por naturezas iguais e que, se alguns são mais iguais que os outros, isto é atribuível à educação e ao ambiente social, e não à Mãe Natureza. Trata-se de uma opinião generalizada de que pessoalmente não compartilho. É a minha firme convicção, sustentada por anos de observações e experimentos, que os homens não são iguais, que alguns são estúpidos e outros não, e que a diferença é determinada não por forças ou fatores culturais, mas por características biogenéticas da inescrutável Mãe Natureza. Alguém é estúpido da mesma forma que um outro é ruivo; alguém pertence ao grupo dos estúpidos como um outro pertence a um grupo sanguíneo. Em resumo, alguém nasce estúpido por vontade indecifrável e indiscutível da Divina Providência.
Mesmo convencido que uma fração s de seres humanos seja estúpida e que o seja por vontade da Providência, não sou um reacionário que tenta reintroduzir furtivamente discriminações de classe ou de raça. Creio fixamente que a estupidez seja uma prerrogativa indiscriminada de todo e qualquer grupo humano, e que tal prerrogativa esteja uniformemente distribuída segundo uma proporção constante. Este fato é cientificamente expresso pela Segunda Lei Fundamental, que diz que: A probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica desta mesma pessoa.
A este propósito, a Natureza parece realmente ter superado a si mesma. É fato conhecido que a Natureza, ainda que misteriosamente, age de forma a manter constante a frequência relativa de certos fenômenos naturais. Por exemplo, quer os homens proliferem no Polo Norte ou no Equador, quer os casais que se unem sejam bem nutridos ou subdesenvolvidos, quer sejam negros, vermelhos, brancos ou amarelos, a relação macho-fêmea entre os recém-nascidos é constante, com uma ligeira prevalência de machos. Não sabemos como a natureza faz para obter este extraordinário resultado, mas sabemos que para obtê-lo ela deve operar com grandes números. O fato extraordinário acerca da frequência da estupidez é que a Natureza consiga fazer com que tal frequência seja sempre e em qualquer parte constante e, portanto igual à probabilidade s, independentemente das dimensões do grupo, tanto que se encontra o mesmo percentual de pessoas estúpidas seja tomando-se grupos muito amplos ou grupos muito reduzidos. Nenhum outro tipo de fenômeno sujeito a observações oferece uma prova tão singular do poder da Natureza. A prova de que a educação e o ambiente social não tem nada a ver com a probabilidade foi fornecida por uma série de experimentos conduzidos em muitas universidades do mundo. Podemos subdividir a população de uma universidade em quatro grandes categorias: os zeladores, os funcionários, os estudantes e o corpo docente.
Todas as vezes em que se analisaram os zeladores, descobriu-se que uma fração deles era de estúpidos. Dado que o valor de s era mais alto do que se esperava (Primeira Lei), pensou-se inicialmente, pagando tributo à moda corrente, que o fato fosse devido à pobreza das famílias das quais os zeladores geralmente provêm, e à sua escassa instrução. Mas analisando os grupos mais elevados, notou-se que a mesma porcentagem prevalecia também entre os funcionários e os estudantes. Ainda mais impressionantes foram os resultados obtidos entre o corpo docente. Seja considerando uma universidade grande ou uma pequena, um instituto famoso ou um obscuro, descobriu-se que a mesma fração s de professores era composta de estúpidos. Foi tal a surpresa com os resultados obtidos que se resolveu estender a pesquisa a um grupo particularmente selecionado, a uma verdadeira e própria “élite”, isto é, aos ganhadores do Prêmio Nobel. O resultado confirmou os poderes superiores da Natureza: uma fração s dos Prêmios Nobel é constituída de estúpidos.
Este resultado é difícil de aceitar e digerir, mas várias evidências experimentais nos provaram a sua fundamental validade. A Segunda Lei Fundamental é uma lei de ferro e não admite exceção. O Movimento de Liberação da Mulher confirma a Segunda Lei, já que esta lei demonstra que os indivíduos estúpidos são proporcionalmente tão numerosos entre os homens quanto entre as mulheres. As populações dos países do Terceiro Mundo consolar-se-ão com a Segunda Lei, já que ela demonstra que, no final das contas, as populações ditas “desenvolvidas” não são assim tão desenvolvidas. Quer a Segunda Lei Fundamental agrade ou não, mesmo assim as suas implicações são diabolicamente inelutáveis: ela diz de fato que, quer frequentando círculos elegantes, quer refugiando-se entre os cortadores de cabeça da Polinésia, quer enclausurando-se em um mosteiro ou quer decidindo transcorrer o resto da vida na companhia de mulheres belas e luxuriosas, o fato permanece de que deveremos sempre enfrentar a mesma quantidade de gente estúpida – percentual que (de acordo com a Primeira Lei) superará sempre as mais negras previsões. 

3º Capítulo – Um intervalo técnico

Neste ponto é necessário esclarecer o conceito de estupidez humana e definir a dramatis persona. Os indivíduos são caracterizados por diferentes graus de propensão a sociabilizar. Há indivíduos para os quais qualquer contato com outros indivíduos é uma dolorosa necessidade. Eles devem literalmente suportas as pessoas e as pessoas devem suportá-los No outro extremo do espectro estão os indivíduos que não podem absolutamente viver sozinhos e estão até mesmo dispostos a gastar seu tempo na companhia de pessoas que desdenham, para não ficarem sozinhos. Entre esses dois extremos existem uma grande variedade de condições, se bem que a grande maioria das pessoas esteja mais próxima do tipo que não pode suportar a solidão e não do tipo que não tem propensão a contatos humanos. Aristóteles reconheceu este fato quando escreveu que “o homem é um animal social”, e a validade da sua afirmação é demonstrada pelo fato de que nós nos movimentamos em grupos sociais, que há mais pessoas casadas do que solteiras, que tanta riqueza e tempo sejam desperdiçados em exasperantes e maçantes cocktail parties e que à palavra solidão venha normalmente associada uma conotação negativa.
Quer pertença-se ao tipo eremita ou ao tipo mundano, deve-se de qualquer modo lidar com gente, ainda que com diversa intensidade. De vez em quando, até os eremitas encontram pessoas. Além do que, põe-se sempre em relação com os seres humanos também os evitando. Aquilo que eu poderia ter feito por um indivíduo ou por um grupo, e que não fiz, representa um “custo-oportunidade” (isto é, um ganho perdido, ou uma perda) para aquela particular pessoa ou grupo. A moral da história é que cada um de nós tem uma conta corrente com cada um dos demais. De qualquer ação, ou não ação, cada um de nós leva um ganho ou uma perda, e ao mesmo tempo determina um ganho ou uma perda a algum outro.Os ganhos e perdas podem ser oportunamente ilustrados em um gráfico, e a figura 1 mostra o gráfico base utilizável para este escopo.
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Figura 1
O gráfico refere-se a um indivíduo que chamaremos de Tício. O eixo X mede o ganho obtido por Tício em sua ação. O eixo Y mede o ganho que outra pessoa, ou grupo de pessoas, experimenta em virtude da ação de Tício. O ganho pode ser positivo, nulo ou negativo; um ganho negativo equivale a uma perda. O eixo X mede os ganhos positivos de Tício à direita do ponto O, enquanto as perdas de Tício são indicadas à esquerda do ponto O. O eixo Y, respectivamente sobre e sob o ponto O, mede os ganhos e perdas da pessoa, ou grupo de pessoas, com que Tício tem relação.

Para tornar as coisas claras, tomemos um exemplo hipotético, referindo-nos à figura 1. Tício realiza uma ação que atinge Caio. Se Tício com a sua ação consegue um ganho e Caio, pela mesma ação, sofre uma perda, a ação será registrada no gráfico por um símbolo que aparecerá em qualquer ponto da área B.
Os ganhos e perdas podem ser registrados em dólares ou francos ou liras, caso se queira, mas devem-se incluir também as recompensas e as satisfações psicológicas e emotivas, e os estresses psicológicos e emotivos. Estes são bens (ou males) imateriais, e, portanto bastante difíceis de mensurar com parâmetros objetivos. A análise do tipo custo-benefício pode ajudar a resolver o problema, ainda que não completamente, mas não quero aborrecer o leitor com detalhes técnicos: uma margem de imprecisão pode prejudicar as medidas, mas não a essência do argumento. Um ponto, contudo deve ficar claro. Ao considerar a ação de Tício e ao avaliar os benefícios ou perdas que Tício leva, deve-se levar em conta o sistema de valores de Tício; mas para determinar o ganho ou a perda de Caio, é absolutamente indispensável referir-se ao sistema de valores de Caio e não àquele de Tício. Frequentemente ignora-se esta norma de fair play, e muitos problemas derivam exatamente do fato de que não se respeita este princípio de civil comportamento. Vamos recorrer mais uma vez a um exemplo banal. Tício dá uma pancada na cabeça de Caio e obtém satisfação. Tício pode talvez alegar que Caio ficou feliz por ter recebido uma pancada na cabeça. Mas é altamente provável que Caio não compartilhe a mesma opinião. Ao invés, Caio poderia considerar a pancada na sua cabeça um desagradabilíssimo acidente. Se a pancada na cabeça de Caio foi um ganho ou uma perda para Caio, cabe a Caio dizê-lo, e não a Tício. 

4º Capítulo – A Terceira (e áurea) Lei Fundamental

Terceira Lei Fundamental pressupõe, ainda que não o enuncie completamente, que os seres humanos pertencem a uma de quatro categorias fundamentais: os ingênuos, os inteligentes, os bandidos e os estúpidos. O leitor arguto compreenderá facilmente que estas quatro categorias correspondem às quatro áreas H, I, B, S do gráfico base (ver fig. 1 [na postagem anterior]).
Se Tício realiza uma ação e sofre uma perda, enquanto ao mesmo tempo oferece uma vantagem a Caio, o símbolo de Tício cairá no campo H: Tício agiu como ingênuo. Se Tício realiza uma ação com a qual obtém uma vantagem, e ao mesmo tempo oferece uma vantagem também a Caio, o símbolo de Tício cairá na área I: Tício agiu inteligentemente. Se Tício realiza uma ação com a qual ganha uma vantagem, causando uma perda a Caio, o ponto de Tício cairá na área B: Tício agiu como bandido. A estupidez corresponde à área S e a todas as posições no eixo Y abaixo do ponto O. A Terceira Lei Fundamental esclarece que: Uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa um dano a uma outra pessoa ou grupo de pessoas, sem, ao mesmo tempo, obter qualquer vantagem para si ou até mesmo sofrendo uma perda.
Diante da Terceira Lei Fundamental, as pessoas sensatas reagem instintivamente com ceticismo e incredulidade. O fato é que as pessoas sensatas têm dificuldades em conceber e a compreender um comportamento irracional. Mas deixemos de lado a teoria e observemos ao invés disso o que nos acontece na prática, na vida de todos os dias. Todos nos recordamos de casos nos quais tivemos desafortunadamente de lidar com um indivíduo que buscava para si um ganho, causando-nos uma perda: deparamo-nos com um bandido. Podemos nos recordar ainda de casos nos quais um indivíduo realizou uma ação cujo resultado foi-lhe uma perda e para nós um ganho: lidamos com um ingênuo¹.
Podemos nos recordar também de casos nos quais um indivíduo realizou uma ação com a quais ambas as partes levaram vantagem: tratava-se de uma pessoa inteligente. Tais casos ocorrem continuamente. Mas refletindo bem, é preciso admitir que estes casos não representam a totalidade de eventos que caracterizam a nossa vida de todos os dias. A nossa vida é também pontuada por eventos em que sofremos perdas de dinheiro, tempo, energia, apetite, tranquilidade e bom-humor, por culpa das improváveis ações de alguma absurda criatura que aparece nos momentos mais impensáveis e inconvenientes para provocar-nos danos, frustrações e dificuldades, sem ter absolutamente nada a ganhar com aquilo que realiza. Ninguém sabe, compreende ou pode explicar por que essa absurda criatura faz o que faz. De fato, não há explicação – ou melhor – a explicação é uma só: a pessoa em questão é estúpida.
¹ Note-se a definição precisa “um indivíduo realizou uma ação”. O fato de ter sido ele  a iniciar a ação é decisivo para estabelecer que ele é um ingênuo. Se tivesse sido eu  a empreender a ação que determinou o meu ganho e a sua perda, a conclusão seria diferente: neste caso, eu teria sido um bandido. (N. do A.)

5º Capítulo – Distribuição de frequências

A maior parte das pessoas não age coerentemente. Em algumas circunstâncias uma pessoa age inteligentemente e em outras aquela mesma pessoa comporta-se como ingênua. A única importante exceção à regra é representada pelas pessoas estúpidas, que normalmente mostram uma máxima propensão a uma plena coerência em todos os campos de atividade. Deste fato não segue que pode-se assinalar no gráfico apenas as posições dos indivíduos estúpidos. Podemos calcular para toda pessoa a sua posição no plano da figura 1 [na parte 3] com base na média ponderada. Uma pessoa inteligente pode às vezes comportar-se como ingênua, como pode às vezes assumir um comportamento banditesco. Mas, como a pessoa em questão é fundamentalmente inteligente, a maior parte das suas ações terá a característica da inteligência e a sua média ponderada colocar-se-á no quadrante I do gráfico n° 1.
O fato de ser possível colocar no gráfico os indivíduos, em vez das suas ações, permite digressões sobre a frequência dos bandidos e dos estúpidos. O perfeito bandido é aquele que, com as suas ações, causa a outros perdas equivalentes aos seus ganhos. O mais primitivo tipo de banditismo é o roubo. Uma pessoa que rouba 10.000 liras sem causar-nos danos adicionais é um bandido perfeito: perdemos 10.000 liras, ele ganha 10.000. No gráfico, os bandidos perfeitos aparecerão sobre a linha diagonal de 45 graus que divide a área B em duas subáreas perfeitamente simétricas (linha OM da figura 2).
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Figura 2
Todavia, os bandidos perfeitos são relativamente poucos. A linha OM divide a área B nas duas subáreas Bi e Bs, e a grande maioria dos bandidos coloca-se em algum ponto destas duas subáreas.
Os bandidos que ocupam a área Bi são aqueles que procuram para si mesmos ganhos maiores que as perdas que causam aos outros. Todos os bandidos que ocupam uma posição na área Bi são desonestos com um elevado grau de inteligência, e quanto mais a sua posição se aproxima da parte direita do eixo X, mais características tais bandidos compartilham com a pessoa inteligente. Infelizmente, os indivíduos que ocupam a área Bi não são muito numerosos. A maior parte dos bandidos coloca-se efetivamente na área Bs. Os bandidos que se introduzem nesta área são indivíduos cujas ações trazem-lhes vantagens inferiores às perdas causadas aos outros. Se alguém te faz cair e quebrar uma perna para roubar 10.000 liras, ou causa-te danos ao carro no valor de meio milhão de liras para roubar o som, com a qual obterá no máximo 30.000 liras, se alguém te dá um tiro de revólver e te mata só para passar uma noite em companhia da tua mulher em Monte Carlo, podemos estar certos de que não se trata de um bandido “perfeito”. Sempre utilizando os seus parâmetros para mensurar os seus ganhos (mas usando os nossos parâmetros para mensurar as nossas perdas), ele cairá na área Bs, muito próximo ao limite da estupidez pura.

A distribuição de frequências das pessoas estúpidas é totalmente diferente da dos bandidos e dos ingênuos. Enquanto estes últimos estão na maior parte espalhados pelo espaço da respectiva área, os estúpidos estão na maior parte concentrados ao longo do eixo Y abaixo do ponto O. A razão disso é que a grande maioria das pessoas estúpidas são fundamentalmente e firmemente estúpidas – em outras palavras, eles insistem com perseverança em causar danos ou perdas a outras pessoas sem obter nenhum ganho para si, seja este positivo ou negativo. Há, no entanto, pessoas que, com suas inverossímeis ações, não apenas causam danos a outras pessoas, mas também a si mesmos. Estes formam um gênero de superestúpidos que, com base no nosso sistema de cálculo, aparecerão em qualquer ponto da área S à esquerda do eixo Y.

6º Capítulo– Estupidez e poder

Como todas as criaturas humanas, também os estúpidos influenciam outras pessoas com intensidades muito variadas. Alguns estúpidos causam normalmente apenas perdas limitadas, enquanto alguns conseguem causar danos impressionantes não só a um ou dois indivíduos, mas a inteiras comunidades ou sociedades. O potencial de uma pessoa estúpida criar danos depende de dois fatores principais. Antes de tudo, depende do fator genético. Alguns indivíduos herdam notáveis doses do gene da estupidez e, graças a tal hereditariedade, pertencem, desde o nascimento, à elite do seu grupo. O segundo fator que determina o potencial de uma pessoa estúpida deriva da posição de poder e de autoridade que ela ocupa na sociedade. Entre burocratas, generais, políticos, chefes de estado e homens da igreja, encontra-se a áurea proporção s de indivíduos fundamentalmente estúpidos, cuja capacidade de prejudicar o próximo foi (ou é) perigosamente acrescida pela posição de poder que ocuparam (ou ocupam).
A pergunta que frequentemente colocam-se as pessoas sensatas é de que modo e como pessoas estúpidas conseguem chegar a posições de poder e de autoridade.

Classe e casta (seja laica ou eclesiástica) foram as instituições sociais que permitiram um fluxo constante de pessoas estúpidas a posições de poder na maior parte das sociedades pré-industriais. No mundo industrial moderno, classe e casta vão perdendo cada vez mais destaque. Mas, no lugar de classe e casta, existem partidos políticos, burocracia e democracia. Em um sistema democrático, as eleições gerais são um instrumento de grande eficácia para assegurar a manutenção da fração s entre os poderosos. Recordemos que, com base na Segunda Lei, a fração s de pessoas que votam são estúpidas, e as eleições oferecem-lhes uma magnífica oportunidade para prejudicar todos os outros, sem obter nenhum ganho com suas ações. Eles atingem esse objetivo, contribuindo para a manutenção do nível s de estúpidos entre as pessoa no poder. 

7º Capítulo – O poder da estupidez

Não é difícil compreender como o poder político ou econômico ou burocrático amplifica o potencial nocivo de uma pessoa estúpida. Mas devemos ainda explicar e entender o que rende essencialmente perigosa uma pessoa estúpida; em outras palavras, em que consiste o poder da estupidez.
Essencialmente, os estúpidos são perigosos e funestos porque as pessoas sensatas acham difícil imaginar e entender um comportamento estúpido. Uma pessoa inteligente pode entender a lógica de um bandido. As ações do bandido seguem um modelo de racionalidade: racionalidade perversa, caso queiram, mas sempre racionalidade. O bandido quer “algo mais” na sua conta. Dado que não é inteligente o bastante para inventar métodos para obter “algo mais” para si buscando ao mesmo tempo “algo mais” também para os outros, ele obterá o seu “algo mais” causando “algo menos” ao seu próximo. Tudo isso não é justo, mas é racional e, se é racional, pode ser previsto. Pode-se, em resumo, prever as ações de um bandido, as suas imundas manobras e as suas deploráveis aspirações e amiúde podem-se preparar as defesas oportunas.
Com uma pessoa estúpida tudo isso é absolutamente impossível. Como está implícito na Terceira Lei Fundamental, uma criatura estúpida perseguir-te-á sem razão, sem um plano preciso, nos momentos e nos locais mais improváveis e mais impensáveis. Não há nenhum método racional para prever se, quando, como e por que uma criatura estúpida levará adiante o seu ataque. Frente a um indivíduo estúpido, estamos completamente à sua mercê. Já que as ações de uma pessoa estúpida não estão de acordo com as regras da racionalidade, segue que:
a)     Geralmente somos tomados de surpresa pelo ataque;
b)     Mesmo quando se toma consciência do ataque, não se consegue organizar uma defesa racional, porque o ataque, por si mesmo, é desprovido de qualquer estrutura racional.
O fato de que a atividade e os movimentos de uma criatura estúpida são absolutamente erráticos e irracionais não apenas torna a defesa problemática, mas torna também extremamente difícil qualquer contra-ataque – é como tentar disparar em um objeto capaz dos mais improváveis e inimagináveis movimentos. Isso é o que Dickens e Schiller tinham em mente quando um afirmou que “com estupidez e boa digestão, o homem pode enfrentar qualquer coisa”, e o outro que “contra a estupidez até os deuses combatem em vão”.
É preciso levar em conta também uma outra circunstância. A pessoa inteligente sabe que é inteligente. O bandido está consciente de ser um bandido. O ingênuo está penosamente repleto do senso da própria ingenuidade. Ao contrário de todos estes personagens, o estúpido não sabe que é estúpido. Isto contribui fortemente a dar maior força, incidência e eficácia às suas ações devastadoras. O estúpido não é inibido por aquele sentimento que os anglos saxões chamam de self-consciousness. Com o sorriso nos lábios, como se estivesse realizando a coisa mais natural do mundo, o estúpido aparecerá improvisadamente para destroçar os teus planos, destruir a tua paz, complicar-te a vida e o trabalho, fazer-te perder dinheiro, tempo, bom-humor, apetite, produtividade – tudo isso sem malícia, sem remorso, e sem motivo. Estupidamente.

8º Capítulo – A Quarta Lei Fundamental

Não se deve ficar espantado se as pessoas ingênuas, isto é, aquelas que no nosso sistema caem na área H, em geral não consigam reconhecer a periculosidade das pessoas estúpidas. O fato só representa outra manifestação da sua ingenuidade. O que é verdadeiramente surpreendente é que mesmo as pessoas inteligentes e os bandidos frequentemente não conseguem identificar o poder devastador e destruidor da estupidez. É extremamente difícil explicar por que isso ocorre. Pode-se apenas conjecturar que frequentemente tanto os inteligentes quanto os bandidos, quando abordados por indivíduos estúpidos, cometem o erro de abandonar-se a sentimentos de autocomplacência e desprezo, ao invés de produzir imediatamente quantidades maiores de adrenalina e preparar as defesas.
É-se geralmente levado a acreditar que uma pessoa estúpida faça mal somente a si próprio, mas isto significa enfrentar a estupidez com a ingenuidade. Às vezes, é-se tentado a associar-se com um indivíduo estúpido com o objetivo de usá-lo para os próprios objetivos. Tal manobra só pode ter efeitos desastrosos porque: (a) é baseada em uma completa incompreensão da natureza essencial da estupidez; e (b) dá à pessoa estúpida mais espaço para o exercício dos seus talentos. Alguém pode se iludir a manipular uma pessoa estúpida e, até certo ponto, pode-se até conseguir. Mas, por causa do errático comportamento do estúpido, não se pode prever todas as suas ações e reações, e em breve ver-se-á desarticulado e pulverizado por suas imprevisíveis ações.
Tudo isso é claramente sintetizado pela Quarta Lei Fundamental, que afirma: As pessoas não estúpidas subestimam sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas. Em particular, os nãos estúpidos esquecem constantemente que, em qualquer momento e lugar, e em qualquer circunstância, tratar e/ou associar-se a indivíduos estúpidos demonstra-se infalivelmente um custosíssimo erro.
Nos séculos dos séculos, na vida pública e privada, inúmeras pessoas não levaram em conta a Quarta Lei Fundamental e isso causou incalculáveis perdas à humanidade.
9º Capítulo – Macroanálise e a Quinta Lei Fundamental

As considerações finais do capítulo precedente conduzem a uma análise do tipo “macro”, na qual, ao invés do bem-estar individual, considera-se o bem-estar da sociedade, definido, neste contexto, como a soma algébrica das condições de bem-estar individual. Uma completa compreensão da Quinta Lei Fundamental é essencial para esta análise. É necessário, por outro lado, acrescentar que, das cinco leis fundamentais, a Quinta é certamente a mais conhecida e o seu corolário é citado muito frequentemente. Ela afirma que:
A pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigoso que existe.
O corolário da lei é que:
O estúpido é mais perigoso que o bandido.
A formulação da lei e do corolário ainda é do tipo “micro”. Como indicado acima, todavia, a lei e o seu corolário têm implicações de natureza “macro”. O ponto essencial a ter em conta é este: o resultado da ação de um perfeito bandido (a pessoa que cai sobre a linha OM da figura 2) representa pura e simplesmente uma transferência de riqueza e/ou bem-estar. Depois da ação de um perfeito bandido, ele terá um “positivo” na sua conta, “positivo” que equivalerá exatamente ao “negativo” que ele terá causado a uma outra pessoa. Para a sociedade no seu conjunto a situação não terá melhorado nem piorado. Se todos os membros de uma sociedade fossem bandidos perfeitos, a sociedade permaneceria em condições estagnantes, mas não haveria grandes desastres. Tudo se limitaria a uma massiva transferência de riqueza e bem-estar em favor daqueles que realizaram a ação. Se todos os membros da sociedade tivessem de executar a ação em turnos regulares, não apenas a sociedade inteira, mas também os indivíduos particulares, encontrar-se-iam em um estado de perfeita estabilidade.
Mas quando os estúpidos colocam-se em ação, a música muda completamente. As pessoas estúpidas causam perdas a outras pessoas sem receber vantagens para si mesmas. Segue que a sociedade inteira empobrece.
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Figura 3
O sistema de cálculo expresso nos gráficos base mostra que, enquanto todas as ações de indivíduos que caem à direita da linha POM (ver a figura 3) incrementam o bem-estar da sociedade, ainda que em graus diversos, as ações de todas as pessoas que caem à esquerda da mesma linha POM empobrecem a sociedade. Em outras palavras, os ingênuos dotados de elementos de inteligência mais elevados com respeito à média  da sua categoria (área Hi), assim como os bandidos com dotes de inteligência (área Bi), e, sobretudo os inteligentes (área I) contribuem todos, em medidas diferentes, a aumentar o bem-estar da sociedade. Por outro lado, os bandidos com dotes de estupidez (área Bs) e os ingênuos com elementos de estupidez (área Hs) só fazem acrescentar as perdas àquelas já causadas pelas pessoas estúpidas (área S), aumentando assim o seu nefasto poder destruidor.
Tudo isso sugere algumas reflexões sobre o desempenho da sociedade. De acordo com a Segunda Lei Fundamental, a fração de gente estúpida é uma constante s, que não é influenciada por tempo, espaço, raça, classe ou qualquer outra variável histórica ou sociocultural. Seria um grave erro crer que o número de estúpidos seja mais elevado em uma sociedade em declínio que em uma sociedade em ascensão. Ambas sofrem o mesmo percentual de estúpidos. A diferença entre as duas sociedades consiste no fato de que, na sociedade em declínio:
a)     Aos membros estúpidos da sociedade é permitido, pelos demais membros, tornarem-se mais ativos;
b)     Há uma mudança na composição da população de não estúpidos, com um aumento relativo das populações das áreas Hs e Bs.
Esta hipótese teórica é abundantemente confirmada por uma exaustiva análise de casos históricos. Com efeito, a análise histórica nos permite reformular as conclusões teóricas de modo mais completo e com detalhes mais realísticos. Seja considerando a era clássica, medieval, moderna ou contemporânea, permanecemos assombrados pelo fato de que todo país em ascensão tem a sua inevitável quota de pessoas estúpidas. Todavia, um país em ascensão tem também um percentual insolitamente alto de indivíduos inteligentes, que buscam manter a fração s sob controle, e que, ao mesmo tempo, procuram ganhos para si mesmos e para os demais membros da comunidade, suficientes para tornar o progresso uma certeza.
Em um país em declínio, o percentual de indivíduos estúpidos é sempre igual a s; todavia, na população restante nota-se, especialmente entre os indivíduos no poder, uma alarmante proliferação de bandidos com uma alta porcentagem de estupidez (subárea Bs do quadrante B na fig. 3) e, entre aqueles não ao poder, um igualmente alarmante aumento no número de ingênuos (área H no gráfico base, fig. 1). Tal mudança na composição da população de não estúpidos reforça inevitavelmente o poder destruidor da fração s de estúpidos e leva o país à ruína.
Apêndice

Nas páginas seguintes, o leitor encontrará um certo número de gráficos que poderá utilizar para registrar as ações de pessoas ou grupos com os quais tem de lidar constantemente. Isto permitirá formular avaliações precisas das pessoas ou grupos em questão e, portanto, adotar uma linha de ação racional em seus contatos.
[Em virtude do caráter digital desta tradução, julgou-se necessário fornecer apenas uma cópia do gráfico base. (N. do T.)]
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzNAxn9lkedgQK8996kXyoFxpD3Y71A-F-zHO-NAT1XkHsJPG5pHtEPoN14tZKSGdTWe-Gze_sqAQXlm_DB_AzdyWX4sN5Zg9_DDW-7F8zVA7rJeW772cdibLgTHeWMu4qF0_9zOExnCA/s320/Fig04.png

Retirado de:
As leis fundamentais da estupidez humana – por Carlo M. Cipolla – traduzido do italiano por Luiz Eleno. Disponível em: http://leisdaestupidez.blogspot.com.br/

segunda-feira, 13 de maio de 2013

E-mail ao Ministro da Fazenda Sobre a ANVISA, NOVA...

Marcus Deminco: E-mail ao Ministro da Fazenda Sobre a ANVISA, NOVA...: Excelentíssimo Sr. Guido Mantega Ministro de Estado da Fazenda Frente a gravidade dos fatos e pelo   silêncio da indiferença, do d...

E-Mail à Secretária de Direitos Humanos do Brasil sobre a Falta de Ritalina




Excelentíssima Sra. Maria do Rosário Nunes
Ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Respeitosamente, dirijo-me a V. Ex.ª com a diminuta esperança de conseguir compreender – o que até agora sequer foi explicado – sobre o que está acontecendo de fato, entre a indústria farmacêutica Novartis, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a ausência do medicamento Ritalina 10mg (cloridrato de metilfenidato) e essa tamanha falta de respeito. Além da ausência de alguma justificativa menos inverossímil entre as poucas divulgadas. Por conseguinte, com intento de fazer o possível para inteirar V. Ex.ª sobre todos os fatos já expostos transcrevo logo abaixo o mesmo e-mail encaminhado à ANVISA, Novartis e ao Ministério Público. Seguido ainda com cópia para Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Assessoria de Comunicação Social, Ouvidoria-Geral da Cidadania e Assessoria Internacional.
Desde já,
Com meus sinceros agradecimentos,
Marcus Deminco
Salvador – BA. 7 de Maio de 2013.

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Quinta-feira, 2 de maio de 2013.
Prezados (as) Srs. (as). Bom dia!

Chamo-me Marcus Deminco, sou Psicólogo, Escritor, autor do livro, EU E MEU AMIGO DDA (Autobiografia de um portador do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade); Dr. h.c. em TDAH, Tutor de Programação Neurolinguística, Prof. de Educação Física e tenho Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Será que alguns de vocês já ouviram falar alguma coisa sobre isso? Eu prefiro presumir que sim. Pois somente assim, poderei camuflar a minha certeza para não admitir como provável a coexistência de alguma forma negligente de omissão: nem fantasiada de descaso e/ou malvestida de ignorância. E embora restem ainda alguns cacarecos com um cheiro forte de conivência, eu acredito – apenas para aparentar a simpatia de um idiota passivo – que se ouviram falar, possivelmente não escutaram o que ouviram ou aprenderam com quem não sabia, e quando se aprende algo errado com a certeza de que é o correto, inevitavelmente, acabamos cometendo inúmeros equívocos sem nem saber o que está errado.
O pior, porém, é quando a presunção do pensar que se sabe torna-se maior do que a consciência de enxergar os primitivos erros. Tende-se a cometer cada vez novos erros em evolutivas proporções. E no momento em que algo de muito grave acontece, como possivelmente agora, por não julgarmos sua conduta descurada, instintivamente sairemos procurando quem cometeu a nossa culpa. Como dizia Nietzsche: As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.
Sempre que sou convidado por algum veiculo de comunicação para conceder uma entrevista falando sobre o TDAH, acabo me defrontando com algumas indagações perigosas de serem respondidas. Não apenas pelas suas possíveis consequências, mas, principalmente, porque elas deveriam ser respondidas por alguns de vocês. Entretanto, se ninguém até agora falou nada sobre o que sempre falaram tanto, atrevo-me a falar pela mudez de vocês. Pois, como vaticinava Luther King: A covardia coloca a questão: É SEGURO? O comodismo coloca a questão: É POPULAR? A etiqueta coloca a questão: É ELEGANTE? Mas a consciência coloca a questão: É CORRETO? E chega a uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a ATITUDE CORRETA.
E seguindo os brados da minha consciência, em respeito ao desrespeito que – tanto a ANVISA quanto a Novartis e seus apadrinhados patrocinados – estão destratando os milhões de brasileiros que possuem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, decidi atender aos apelos incontroláveis do meu córtex orbito frontal e escrever-lhes de forma aberta. Disponibilizando o conteúdo deste e-mail no linkhttp://marcusdeminco.blogspot.com.br/2013/05/para-anvisa-novartis-e-mpf.html. Assim – além de tentarem elucidar algumas questões que já deveriam ter sido esclarecidas – vocês poderiam aproveitar para definir uma resposta sóbria entre nenhuma sensata que possa relatar como ocorreu o que nunca houve. Ou talvez, como quem sabe daquilo que não se conhece, possam ainda conseguir explicar o inexplicável.

Admitindo, de antemão, a minha juridicidade totalmente ignorante – mas ignorantemente consciente das gravidades dos fatos – solicito ainda, respeitosamente ao MINISTÉRIO PÚBLICO que apure o quanto existe de verdade entre todos esses achismos (sobretudo, concernente aos fatos inseridos nos links 2 e 3).

1. Sobre a falta de Ritalina 10mg e as contraditórias justificativas.

http://marcusdeminco.blogspot.com.br/2013/05/a-falta-de-ritalina-10mg-e-as.html#links


2. ANVISA X NOVARTIS. HOUVE CRIME?

 

3. Será que a ANVISA NÃO Sabia?


4. Quanto ao excesso no consumo de Metilfenidato no Brasil.

5. Sugestões para NOVARTIS.

6. Sugestões para ANVISA.

7. Recado aos RENOMADOS especialistas.

8. Alguns crimes praticados pela NOVARTIS por todo mundo


Atenciosamente,
Marcus Deminco


ALGUNS CRIMES PRATICADOS PELA NOVARTIS POR TODO MUNDO




01. Governo do Paraná denuncia Novartis por crime contra a economia popular – 12/06/2007

O governador Roberto Requião determinou que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) informe à Polícia Federal, à Polícia Civil e ao Ministério Público Federal e Estadual que o laboratório Novartis Biociências, filial brasileira da multinacional farmacêutica suíça Novartis, está se negando a vender medicamentos ao governo do Paraná pelo preço fixado pelo governo federal, o que caracteriza crime contra a ordem econômica e a economia popular. A denúncia deve-se à recusa do laboratório em aplicar o Coeficiente de Adequação de Preço (CAP) na venda do medicamento Omalizumabe 150 mg. O CAP, obrigatório na venda de remédios ao poder público, significa um desconto de 24,69% no preço final do produto.
Decisão da 4.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba obriga o Governo do Paraná a adquirir seis ampolas do produto, usado no tratamento da asma. Em despacho assinado nesta terça-feira (12), Requião autoriza a compra do medicamento. Sem o desconto, cada ampola vai custar R$ 1.328,00. Para comprar as seis doses determinadas pela Justiça, o Estado vai gastar R$ 8 mil — quase R$ 2 mil a mais do que gastaria se a Novartis cumprisse a lei e aplicasse o CAP.
“A compra do medicamento pelo preço sem o desconto previsto na lei caracteriza crime contra a ordem econômica e a economia popular. Vamos enviar toda a documentação à Polícia Federal, para abertura de inquérito. A Novartis terá que explicar porque está desrespeitando a lei”, afirma a procuradora-geral do Estado, Jozélia Broliani. Se condenados por crime contra a ordem econômica e a economia popular, os representantes legais dos laboratórios no Brasil podem ser punidos com seis meses a dois anos de prisão. O CAP foi instituído por resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, do Ministério da Saúde. A resolução determina desconto sobre o preço de fábrica em vendas ao poder público, prevista na Lei 10.742/2003. “A ministra Eliana Calmon, do Supremo Tribunal Federal, já decidiu que a resolução é perfeitamente legal”, explicou Jozélia. Outras cinco multinacionais farmacêuticas se recusaram a aplicar o CAP em vendas ao Governo do Paraná — a suíça Roche, as norte-americanas Lilly e Schering-Plough, a alemã Bayer e a italiana Zambon. Uma possível denúncia por crime contra a ordem econômica e a economia popular, entretanto, fez com que voltassem atrás e cumprissem a resolução.
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02. PRÁTICAS PUBLICIDADE

Em setembro de 2008, a Food and Drug Administration EUA (FDA) enviou um aviso a Novartis Pharmaceuticals quanto à sua publicidade de Focalin XR, um TDAH droga, em que a empresa exagerada a sua eficácia, enquanto o marketing para o público e profissionais de saúde.
"Não" para vacinas contra a gripe livres
Em junho de 2009, a Novartis se negou a fornecer vacinas gratuitas para os pobres, a fim de combater uma epidemia de gripe atual, dizendo que os países em desenvolvimento ou países doadores deveriam cobrir os custos. Daniel Vasella, executivo-chefe da Novartis, disse ao Financial Times que ele iria considerar a oferta de desconto precificação de nações de baixa renda, mas ao contrário GlaxoSmithKline , não oferecem vacinas de graça.

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03. A DISCRIMINAÇÃO SEXUAL

Em 17 de maio de 2010, um júri no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York premiado 3367250 dólares em danos compensatórios contra NOVARTIS, achando que a empresa tinha cometido discriminação sexual contra 12 mulheres representantes de vendas e de nível de entrada gestores desde 2002, em matéria de remuneração, promoção e tratamento depois de saber que os funcionários foram grávidas. Dois dias depois (o julgamento foi bifurcada para que o veredicto danos punitivos foi discutido e deliberado em separado), o júri concedeu danos morais no valor de US $ 250 milhões, representando cerca de 2% da receita bruta da Novartis para 2009. Normalmente danos morais seria reduzido para menos de uma razão de 10:1, mas o julgamento foi de um grupo de autores nomeados em uma ação de classe , que estavam representando uma classe de 5.600 membros da classe. O júri foi instruído a conceder indenização apenas para os autores nomeados, mas a coerção punitiva à toda classe. Uma vez que o tribunal faz descobertas sobre danos compensatórios para os membros da classe restantes (que são estimadas por um advogado dos demandantes em apenas menos de US $ 1 bilhão), a US $ 250 milhões estão previstos para satisfazer teste da Suprema Corte proporção de um dígito para a proporcionalidade dos compensatórios aos danos punitivos.
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04. RESOLUÇÃO DE ACUSAÇÕES DE FRAUDE

Em setembro de 2010, a Novartis concordou em pagar EUA 422,5 milhões dólares americanos em ações penais e cíveis e digite acordo de integridade corporativa com o Escritório dos EUA de Inspetor Geral. De acordo com o New York Times "o Ministério Público Federal acusou a Novartis de pagar propinas ilegais profissionais de saúde através de programas de alto-falante, conselhos consultivos, viagens, entretenimento e refeições. Mas, além de se declarar culpado de uma acusação de tachar em um acordo de que a Novartis anunciou, em fevereiro, a empresa negou irregularidades”. No mesmo Nova York vezes artigo, Frank Lichtenberg, professora Columbia, que recebe financiamento farmacêutica para a pesquisa sobre inovação na indústria, disse que a prescrição off-label foi incentivado pela American Medical Association e pagos por seguradoras, mas off-label de marketing foi claramente ilegal. "Portanto, não é surpreendente que eles iria resolver, porque não tem uma perna legal para se levantar," disse ele. O uso dos tribunais para impedir Trusts britânicos Saúde de mudar para alternativas mais baratas. Segundo a BBC, a Novartis está usando os tribunais para tentar impedir NHS Trusts britânicos a mudança de utilização de Lucentis em £ 700 por injeção de usar Avastin rival no £ 60 uma injeção citando preocupações com a segurança do paciente, devido à natureza sem licença do Avastin no tratamento de degeneração macular úmida relacionada à idade.
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05. Crimes de colarinho branco – Novartis paga $ 20 milhões para resolver off-label de Marketing Medicaid fraude Encargos – Terça-feira, 13 de novembro, 2012

A gigante farmacêutica Novartis vai pagar R $ 20 milhões para resolver as fraudes saúde alegações de que ele comercializado ilegalmente sua medicação eczema Elidel para crianças infantil, sem revelar que a medicação teve efeitos colaterais possivelmente prejudiciais. As acusações haviam sido trazidos pelo Texas procurador-geral, e afirmou que a empresa pediu os médicos a prescrever a medicação anti-eczema em crianças com idade inferior a 2 anos. No entanto, a droga nunca havia sido aprovado pela Food and Drug Administration para os fins para os quais a empresa estava pressionando os médicos a prescrever para isso. Na verdade, as preocupações com os riscos associados com a droga anti-eczema tinha causado a Food and Drug Administration para pedir Novartis para colocar uma tarja preta na embalagem. A tarja preta é o tipo mais grave de advertir que a Food and Drug Administration pode emitir sobre um determinado produto.
As acusações estão relacionadas a uma ação movida em 2006 por um ex-funcionário da Novartis. O ex-empregado, um representante de vendas que havia trabalhado para a empresa durante pelo menos 5 anos, citou uma série de práticas comerciais ilegais empregadas pela Novartis. De acordo com o funcionário, a empresa patrocinou um estudo que teve como objetivo mostrar que Elidel não era apenas seguro para as crianças com idade inferior a dois anos, mas também eficaz. O estudo também tentou mostrar que não há restrições sobre a utilização da droga, mas não faz qualquer menção aos riscos de segurança associados com o uso do fármaco. Off-label comercialização de drogas é comum na indústria farmacêutica, mas Arizona advogados fraude de saúde descobriram que o governo federal faz ter uma visão muito difícil de empresas que optam por comercializar os seus produtos para fins que não foram aprovados para.

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06. Governo Federal une ação judicial contra a gigante Novartis sobre corrupção, esquemas de propina – Quarta-feira, 1 de maio, 2013 por: Ethan A. Huff, escritor pessoal


A ação originalmente apresentada por um ex-empregado que virou informante da gigante farmacêutica Novartis está ganhando novo impulso após o anúncio de que o governo federal já se juntou como um autor. De acordo com a ação, a Novartis cometeu inúmeros crimes ao longo dos anos, incluindo alegadas violações da lei antipropina Federal, mediante o pagamento de forma ilegal off médicos com jantares extravagantes, viagens de férias, dinheiro e outros benefícios generosos para prescrever medicamentos Novartis com a marca de pacientes. processo civil é uma extensão de uma ação anteriormente arquivada volta em 2010 pelo ex-executivo da Novartis Oswald Bilotta, e é apenas o último de uma série de ações movidas contra a empresa com sede em Nova Jersey na última década. Segundo relatos, Novartis pagou dezenas de milhões de dólares ao longo de, pelo menos, nos últimos dez anos para ter médicos promover seus medicamentos em seminários "educacionais". A empresa também teria pago farmacêuticos para alternar dos doentes medicamentos de drogas concorrente menos caro aos medicamentos da Novartis com a marca. "Novartis corrompeu o processo de distribuição de medicamentos de prescrição com multimilionárias 'programas de incentivo" que os médicos-alvo, que, em troca de propinas ilegais , dirigido em direção a seus pacientes as drogas ", disse o advogado EUA Preet Bharara em um comunicado recente. "Para o investimento, a Novartis colheu aumentado dramaticamente os lucros sobre esses medicamentos e Medicare, Medicaid e outros programas federais de saúde ficaram segurando o saco."
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07. Novartis amarrado em médicos para sua droga golpe de marketing, tratando-as às refeições extravagantes.

De acordo com a Reuters, a Novartis tinha cuidadosamente criado um extenso esquema de propina programas que propositadamente cozied aos médicos e, basicamente, transformou-os em vendedores de drogas de distribuição para a Novartis . O processo descreve-se os médicos que estão sendo tomadas para restaurantes Hooters, por exemplo, bem como a outros restaurantes mais caros, como Japonais de Chicago e L20 como incentivos. Em um caso documentado em 2005, a Novartis teve três médicos para o restaurante Nobu pródigo em Dallas, onde foram tratados, para US $ 10.000 em comida e bebidas espirituosas. "Acreditamos que a Novartis alegado pagamento de propinas é mais um exemplo de abuso em a indústria farmacêutica que contribui para a disparada dos custos médicos ", diz James Miller, sócio da Shepherd, Finkelman, Miller, e Shah em Chester, Connecticut. Miller está representando Bilotta, o autor original, no caso. Mesmo Novartis já pagou centenas de milhões de dólares ao longo dos últimos anos para os casos de responsabilidade antes civis e criminais envolvendo ilegal de drogas marketing, a empresa está tentando manter sua suposta inocência neste caso. ". Conduzido de forma ética e responsável" Um porta-voz da Novartis é realmente citado como tendo dito que "os programas de promoção" da empresa são de alguma forma educativa, e que eles estão supostamente.
08. Novartis é acusada de suborno nos Estados Unidos
O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS – 24/04/13 - 14h40

NOVA YORK - O governo dos Estados Unidos apresentou na terça-feira uma ação civil por fraude contra a empresa farmacêutica suíça Novartis, em Nova York, acusando-a de ter subornado ao menos 20 farmácias no país para aumentar as vendas de um de seus medicamentos. A queixa é de que a empresa vem oferecendo desde 2005 propina aos farmacêuticos responsáveis por esses estabelecimentos para que eles trocassem a indicação de um remédio de marca concorrente tomado por pacientes transplantados pelo seu Myfortic. Na semana passada, a GlaxoSmithKline foi acusada pelo Departamento de Livre do Comércio do país de pagar propina à concorrência para retardar o lançamento de medicamentos genéricos que concorreriam diretamente com o antidepressivo Seroxat, que superou o Prozac em vendas. O promotor americano Preet Bharara disse que a Novartis usou “o apelo de subornos disfarçados de descontos” para fazer com que alguns farmacêuticos deixassem de lado sua autonomia e tornassem-se verdadeiros representantes comerciais de um de seus produtos. Ele defende que as ações da companhia fizeram com que os cidadãos gastassem dezenas de milhões de dólares a mais por causa do esquema. Segundo Bharara, a empresa tentou dissimular o esquema omitindo os acordos de contratos de desembolsos e descontos com a farmácia. Um dos casos que consta nas investigações é que a Novartis teria oferecido a um químico farmacêutico de Los Angeles um “bônus” de 5% sobre as vendas anuais de Myfortic, o que corresponde a milhares de dólares, para mudar a indicação de remédio de cerca de mil pacientes, que passaram a tomar o remédio da Novartis. Bharara diz que a Novartis é reincidente e já sofrera acusações por pagamento de propina há menos de três anos. A ação foi apresentada na Corte do Distrito de Manhattan e busca, além de multas civis, uma compensação da Novartis por violar a Lei Federal de Falsas Alegações. A farmacêutica negou as acusações e disse que irá se defender.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/novartis-acusada-de-suborno-nos-estados-unidos-8200405#ixzz2SlKCxdjb 
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09. Novartis perde processo sobre patente do Glivec na Índia – 1/04/13
NOVA DHÉLI - A Suprema Corte da Índia rejeitou o apelo da Novartis AG pela proteção da patente de seu medicamento de combate ao câncer Glivec, uma manobra que provavelmente vai impulsionar as expectativas de empresas farmacêuticas indianas sobre seus rivais estrangeiros. A Suprema Corte estabeleceu um precedente legal que parece não favorecer as patentes existentes de drogas vendidas na Índia, uma decisão que não traz bom agouro para companhias estrangeiras com disputas de propriedade intelectual em curso na Índia, entre elas a Pfizer e a Roche, dizem analistas. Entre os maiores beneficiários da decisão desta segunda-feira estão as indianas Cipla e Natco Pharma, que já vendem versões genéricas do Glivec na Índia a um décimo do custo do remédio com marca. A decisão mostra que as leis da Índia ofecerecem “proteção limitada à propriedade intelectual”, disse a Novartis em comunicado. Mas de 16 mil pacientes usam o Glivec na Índia, a grande maioria dos quais recebem o remédio de graça, disse a Novartis. Em contraste, o Glivec genérico é usado por mais de 300 mil pacientes, de acordo com relatórios da indústria.


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10. Denúncia contra o genocídio e outros crimes contra a humanidade cometidos em paralelo com a "indústria farmacêutica doentia" e a recente guerra contra o Iraque.
E entre os Acusados no sector farmacêutico, são acusadas as seguintes empresas:
Presidente Executivo Dr. Daniel Vasella da NOVARTIS, mas os outros Executivos e o Quadro de Diretores.
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11. Presidente de Novartis renuncia a indenização de US$ 77,9 milhões – 19/02/2013 – GENEBRA (SUÍÇA)
Sob pressão de todos os lados, a gigante farmacêutica Novartis anunciou hoje que seu presidente, Daniel Vasella, renunciou ao pacote de indenização de 72 milhões de francos suíços (US$ 77,9 milhões) quando se aposentar proximamente. Vasella, às vésperas de partir da empresa, conseguiu do conselho de administração um pacote de pelo menos 10,3 milhões de francos suíços por ano, pelo prazo de sete anos, como cláusula de não concorrência. Ou seja, basicamente para ficar calado, não passar para a concorrência nem transmitir segredos da empresa. Numa entrevista, o executivo disse que só receberia toda a soma se ele respeitasse todas as condições negociadas, em particular a proibição de ir para outro grupo farmacêutico. Mas a revolta pelo “paraquedas de ouro”, como ficou conhecido, foi generalizada na Suíça, inclusive no setor patronal. A opinião geral é a de que, por mais talento, capacidade administrativa e de formar redes de influência de Vasella, nada disso justifica um pacote tão grande, equivalente ao que um suíço médio ganharia em mil anos (a média de renda no país é de 72 mil francos suíços por ano). O temor do setor empresarial é o impacto do “caso Vasella” na votação popular programada para dentro de duas semanas justamente sobre “remunerações abusivas”. O resultado da votação é incerto. Em contrapartida, parecia claro que Vasella e a Novartis enfrentariam um bombardeio de críticas na assembleia geral da empresa na sexta-feira, em Basileia. Antecipando-se ao pior, Vasella jogou a toalha hoje cedo. Mas o estrago sobre sua imagem é irremediável.
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12. DESABAFO
Novartis esquema: do Whistleblower Carreira termina Expose.  por DAN ABSHEAR (HENRY MAKOW.COM).

Fiz uma viagem a Boston, em julho de 2006 para ser convidado centenas de perguntas por várias entidades governamentais relevantes, tais como o departamento de saúde e serviços humanos. Além disso, no centro de uma grande mesa em uma sala de conferências, era um celular, com vários procuradores-gerais de vários estados - tudo o que há para ouvir minhas respostas às centenas de perguntas que me pediram um dia, durante 8 horas. Falei com o conhecimento completo das provas, e com honestidade total.Novartis me contratou no final de 2001, como um dos seus muitos representantes de vendas.Naquela época, eu já tinha trabalhado para duas das principais empresas farmacêuticas do mundo, que eram Merck e Pharmacia Corporation. O jogo é o mesmo, não importa qual empresa farmacêutica pode-se trabalhar para que um representante de vendas. Esse jogo, como representante farmacêutico, é subornar médicos: a contratação de médicos para estar na folha de pagamento da empresa farmacêutica. Nos anos em que trabalhou para a Novartis , recebi acima da média aumenta anualmente. I recebeu inúmeros prêmios da Novartis. Eu era muito querido e respeitado. Novartis me deu um carro da empresa, eu normalmente só trabalhava meio-dia. 
Eu era visto como um especialista como um representante de vendas farmacêuticas. Eu era frequentemente convidado para treinar outros representantes novas vendas. Esta foi a felicidade profissional. Então, por que eu ainda considerar relatar irregularidades cometidas por eles, se eles me trataram tão bem? Eu estava louco? Corrupção generalizada No ano de 2003, eu descobri Café Pharma. Café Pharma é basicamente uma placa de ventilação on-line para que os representantes farmacêuticos. Os representantes que postam neste fórum muitas vezes fazê-lo com raiva e desgosto evidente. Minha inquietação sobre subornar médicos foi validada por que representantes de várias empresas farmacêuticas escreveram neste fórum. O dinheiro que pagamos médicos visados ​​são propinas. Ao pagar esses médicos, nós, como representantes de vendas estão a violar a lei anti propina federal. Enquanto os representantes de vendas com grandes corporações farmacêuticas, mais médicos de adquirir n seu território, mais você garantir a sua carreira com o seu empregador. Você é dito como naus e um por seu empregador para buscar e pagar médicos direcionados. Com Novartis, que levou as coisas um passo adiante: Eles enviaram instruções para sua força de vendas para lembrar médicos pagos pelos representantes que eles são obrigados a prescrever Novartis Pharmaceuticals sempre que possível. Isso, é claro, potencialmente nuvens os julgamentos clínicos de tais médicos, e, como resultado, afeta negativamente a restauração da saúde obrigado pelo prestador de cuidados de saúde. 
O ano agora era 2004, e eu tinha o suficiente. Eu tive o suficiente de Novartis ameaçar os membros de sua força de vendas. Cada representante recebeu um orçamento promocional. Muitas vezes, este orçamento foi de vários milhares de dólares por mês. A regra tácita era, cada representante tem que gastar todo o seu orçamento, ou qualquer outra. Foi neste ano que eu comecei a ler livros escritos por aqueles especialistas críticos da indústria farmacêutica. Comecei a ficar muito desconfortável sobre a indústria que eu representava. Além disso, em 2004, comecei a recolher provas, na forma de documentos internos acessíveis apenas aos funcionários da Novartis, e não se destina a ser visto por outras pessoas. Documentos que ilustram a coerção pela Novartis para sua força de vendas para gastar seus orçamentos promocionais. Documentos em forma de e-mails por superior gestão, indicando a necessidade de fazer cumprir quid pro quo, para adquirir e manter os médicos direcionados na folha de pagamento da Novartis. Os documentos que instruem a força de vendas para vender um medicamento promovido para um uso não indicado pela administração de alimentos e medicamentos. dupla personalidade Nesta época, eu sofria de representante farmacêutico esquizofrenia . Uma personalidade de me expressei foi o representante de vendas perfeita, que sempre passou o orçamento promocional, e tornou-se eufórico ao ouvir que vários estados da doença para que os produtos promovidos trataria eram esperados para aumentar. A pessoa que adquiriu e contratou médicos direcionados pela Novartis. O único que acreditou em subornando e ameaçando médicos na folha de pagamento da Novartis. Outra personalidade que eu representava em silêncio era o único que tinha a necessidade de denunciar esta injustiça por meu empregador. Minha personalidade real. O ano de 2005 se aproximava, e eu continuava a recolher provas sob a forma de documentos internos da Novartis. Até o final de 2005, meu delator personalidade estava dominando minha existência.Tornei-me vocal sobre a minha inquietação com o que estava sendo dito para fazer pela Novartis como representantes de vendas. Eu deliberadamente cavado minha própria cova emprego com a Novartis. 
Na primavera de 2006, fui condenado ao ostracismo por Novartis, devido ao que eu expressei sobre a natureza ilegal do meu trabalho. Dias após o delator ação foi ajuizada em Boston, eu estava encerrado. . Eu esperava ser extinto, a esse ponto. Em 2007 e 2008, descobri que nenhuma empresa iria me contratar. Sem grande corporação. É como se os potenciais empregadores estavam cientes de que eu soprou o apito contra a Novartis. Há um sistema dentro do Departamento de Justiça chamado sistema PACER, eu acredito. Ele registra todos os que apresentar tais ações como eu arquivados através do meu advogado. E é acessível a qualquer pessoa. Nesses anos, adquiri o emprego por duas pequenas empresas farmacêuticas , mas o salário era quase nada. Eu fui despedido na primavera de 2008 por um deles, e isso foi o fim oficial da minha carreira como representante de vendas de produtos farmacêuticos. governo não intervir Na primavera de 2009, o meu apito processo ventilador foi aberta pelo DOJ, e , apesar de as provas que apresentei foi esmagadora, o governo não intervir no caso em que eu arquivei. Eu suspeito que a Novartis subornou o DOJ não intervir. Há um patologicamente íntima relação entre as empresas e o governo norte-americano a sua conivência é expressa na porta giratória. Of todas as grandes corporações farmacêuticas, e os assentamentos que pagaram por uma transgressão idêntica à que eu descobri e apresentado ao DOJ com a Novartis, Novartis pagou a menor quantidade ao longo dos anos.Um estudo de 233 denunciantes foi realizado anos atrás, para explorar o efeito sobre a pessoa que sopra o apito em uma corporação. Seus resultados: A média delator é um homem de seus 40 anos com uma consciência forte e valores morais elevados. Eu estava perto dos 40 anos, quando me tornei um delator. Após soprar o apito, 90 por cento dos denunciantes foi demitido ou rebaixado. 27 por cento enfrentou ações judiciais si. 26 por cento tiveram que buscar atendimento psiquiátrico ou físico. 25 por cento sofreram abuso de substâncias. 17 por cento perderam suas casas. 15 por cento divórcio experiente. 10 por cento tentou o suicídio. 8 por cento foram à falência. Mas, apesar de tudo isso, apenas 16 por cento disseram que não soprar o apito novamente. O único efeito que eu não tinha experiência com este estudo acima está enfrentando quaisquer ações judiciais. --- * Dan Abshear é o autor do livro "Vivendo em um Car Depois de falsas acusações DV " publicado originalmente http://www.henrymakow.com/
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POR QUE a indústria farmacêutica NOVARTIS condenada por tantos tipos de crimes, além de tratar os portadores de TDAH do Brasil inteiro com tamanho descaso e irresponsabilidade ainda pretende investir tanto no Brasil? Seria pela libertinagem liberdade, autonomia e independência que encontrou aqui?
De olho em novos mercados, suíça Novartis decide investir no Brasil9 de janeiro de 2012 – Por Mônica Scaramuzzo | De São Paulo| Valor Econômico
Conforme Joe Jimenez, CEO global da Novartis, o Brasil é um país atraente para fazer aquisições, mas os ativos farmacêuticos atuais estão muito caros.

Na busca por novos mercados para expandir seus negócios fora do eixo Estados Unidos-Europa, a farmacêutica suíça Novartis decidiu reforçar suas apostas no Brasil. Em entrevista ao Valor, Joe Jimenez, principal executivo global da companhia, disse que o grupo tem grandes planos para o país. “O Brasil é um dos principais países para investimento para a Novartis. A economia está crescendo e vemos o maior acesso da classe média à saúde”, afirmou Jimenez, em entrevista por telefone. O executivo contou que assinou, no fim de novembro, uma carta de intenções com o Ministério da Saúde, selando uma importante parceria entre a companhia e governo brasileiro. Os planos da Novartis para o Brasil incluem a construção de uma fábrica de biotecnologia para a produção de vacinas em Pernambuco, em um aporte estimado entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões, segundo Jimenez. A parceria também prevê a transferência de tecnologia para a produção de medicamentos nas áreas de oncologia, transplantes e neurociência. A Novartis vai reforçar pesquisas no desenvolvimento de produtos para as chamadas doenças tropicais, como dengue e Chagas, além de ampliar seu programa de combate à hanseníase no país.
Jimenez observou que o país tem hoje cerca de 10 mil pacientes atingidos por doença de Chagas e um milhão de pessoas afetadas pela Dengue. “Desenvolvemos pesquisas para novas terapias para essas doenças em nosso Instituto Novartis, em Cingapura, e temos interesse em estabelecer parcerias com entidades governamentais e instituições acadêmicas locais.” A companhia também poderá reforçar os programas do governo para o combate a diabetes e hipertensão. “Tivemos um feedback positivo do governo, uma vez que pretendemos desenvolver medicamentos importantes para o Brasil.” Laboratório pretende transferir tecnologia nas áreas de oncologia, transplante e neurociência. A intenção de construir a nova fábrica de vacinas no Brasil já tinha sido anunciada há quatro anos pelo grupo, mas a crise financeira global esfriou os ânimos de grandes companhias em colocar em prática seus grandes investimentos. Originalmente, os aportes previstos eram de US$ 300 milhões, mas esse projeto foi redimensionado, podendo alcançar até US$ 500 milhões. Em uma primeira etapa, essa unidade produzirá três antígenos de proteínas recombinantes que constituem uma vacina inovadora da farmacêutica contra a meningite B. Os planos para o futuro incluem a produção de vacinas que ainda estão em fase de pesquisa e exportação a partir dessa nova unidade. “Essa fábrica deverá entrar em operação a partir de 2014″, afirmou.
Desde 1937 no país, a multinacional possui uma fábrica em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, outra em Rezende (RJ) para síntese química (única estrangeira que sintetiza matéria-prima farmacêutica no país) e outra em Cambé (PR), controlada pela Sandoz, braço de medicamentos genéricos do laboratório suíço.As aquisições estão no radar do grupo, mas este não é o melhor momento para compras no país, disse Jimenez. “O Brasil é um mercado atraente para aquisições. Mas o mercado brasileiro se tornou caro porque a demanda está crescendo. Se tivermos oportunidade, faremos sim.”
Em um período que a maioria das farmacêuticas está reduzindo seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento – em parte porque o “pipeline” de novos medicamentos está limitado e também em razão da crise financeira, que freia o crescimento em mercado mais maduros -, grandes companhias decidiram voltar-se para os emergentes, com crescimento mais robusto da economia. “Quando olhamos a classe média brasileira e o maior acesso a medicamentos, o país pode ser significante. Vejo esse mercado se desenvolvendo bem nos próximos cinco a dez anos”, afirmou. Além do Brasil, a Novartis também está reforçando suas apostas na China e Rússia. Com faturamento líquido de US$ 50,6 bilhões em 2010, a Novartis, resultado da megafusão das suíças Ciba-Geigy e Sandoz em 1996, investe cerca de 20% de sua receita em P&D. A empresa conta com cinco importantes divisões de negócios – farmacêutica, Alcon (de produtos oftalmológicos), genéricos, vacinas e Consumer Healthcare, que inclui a saúde animal.O braço de genéricos do grupo também vai buscar oportunidades para prover a produção de medicamentos biossimilares de alta qualidade no país, de acordo com a carta de intenções entre a companhia e o governo. O mercado de genéricos no país é de extrema importância para o grupo, que ainda não tem uma participação polpuda nesse negócio no Brasil.
Jimenez, que está no comando da companhia desde o início de 2010, substituiu Daniel Vasella, que está no conselho de administração da companhia e é considerado um “papa” do mercado farmacêutico global. Na Novartis desde 2007, o executivo americano dedicou boa parte de sua carreira nas fabricantes americanas de alimentos H.J. Heinz e ConAgra Foods e na empresa de produtos de limpeza Clorox, também dos Estados Unidos.
Relativamente novo no setor, Jimenez está à frente de uma das maiores farmacêuticas mundiais e com enorme desafio pela frente – a companhia está para perder a patente de um dos seus principais “blockbusters” (campeões de venda) nos EUA, o Diovan. Para Jimenez, uma das principais diferenças entre conduzir um laboratório e uma empresa de alimentos é o timing do desenvolvimento de produtos. “Nas farmacêuticas, o período de desenvolvimento de uma droga toma de sete a oito anos. Em uma empresa de consumo, o produto pode ser desenvolvido de 12 a 18 meses. A indústria de consumo move-se muito rapidamente. A de farmácia é mais lenta.”