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segunda-feira, 17 de março de 2014

O Sorriso de Deus




Havia um pequeno menino que tinha o desejo de se encontrar com Deus. Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente. Um dia encheu sua mochila com pedaços de bolo e refrigerante e saiu para brincar no parque. Quando ele andou umas três quadras, encontrou um velhinho sentado em um banco da praça olhando os pássaros. O menino sentou-se junto a ele, abriu sua mochila e ia tomar um gole de refrigerante, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome, então, lhe ofereceu um pedaço de bolo. O velhinho, muito agradecido, aceitou e sorriu ao menino. Seu sorriso era tão incrível que o menino quis ver de novo; então ele ofereceu seu refrigerante.
Mais uma vez, o velhinho sorriu ao menino. O menino estava tão feliz! Ficaram sentados ali sorrindo, comendo bolo e bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro. Quando começou a escurecer o menino estava cansado e resolveu voltar para casa, mas, antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço no velhinho. Aí, o velhinho deu-lhe o maior sorriso que o menino já havia recebido. Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a felicidade estampada em sua face:
- O que você fez hoje que te deixou tão feliz assim?
Encantado, ele respondeu:
- Passei a tarde com Deus. Você sabia que ele tem o mais lindo sorriso que já vi?
Enquanto isso, o velhinho chegava a sua casa com o mais radiante sorriso na face e ouvia seu filho perguntar:
- Por onde você esteve que está tão feliz?
- Comi bolo e tomei guaraná no parque com Deus. Você sabe que ele é bem mais jovem do que eu pensava?
A face de Deus está em todas as pessoas, mas só podem ser vistas, com os olhos do coração!

A grandeza de um homem depende da intensidade de suas relações com Deus - Saint-Exupéry.

quarta-feira, 12 de março de 2014

O Burro No Fundo Do Poço




Um dia, o burro de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer. Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o burro estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o burro de dentro do poço. Chamou então os seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar o burro ainda vivo.

Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra para dentro do poço. O burro entendeu o que estavam a fazer e chorou desesperadamente. Porém, para surpresa de todos, o animal aquietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou. O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu. A cada pá de terra que caía sobre suas costas o burro a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o burro conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.

LEMBRE-SE: a vida vai lhe jogar muita terra nas costas. Principalmente se já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela. Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que lhe jogam para seguir adiante!

quinta-feira, 6 de março de 2014

O Oleiro e o Poeta.





Há muito tempo, na cidade de Zahlé, ocorreu uma rixa entre um jovem poeta, de nome Fauzi, e um oleiro, chamado Nagib. Para evitar que o tumulto se agravasse, eles foram levados à presença do juiz do lugarejo. O juiz, homem íntegro e bondoso, interrogou primeiramente o oleiro, que parecia muito exaltado:
– Disseram-me que você foi agredido? Isso é verdade?
– Sim, senhor juiz. – confirmou o oleiro – Fui agredido em minha própria casa por este poeta. Eu estava, como de costume, trabalhando em minha oficina, quando ouvi um ruído e a seguir um baque. Quando fui à janela pude constatar que o poeta Fauzi havia atirado com violência uma pedra, que partiu um dos vasos que estava a secar perto da porta. Exijo uma indenização! – gritava o oleiro.
O juiz voltou-se para o poeta e perguntou-lhe serenamente:
– Como justifica o seu estranho proceder?
– Senhor juiz, o caso é simples. – disse o poeta. Há três dias eu passava pela frente da casa do oleiro Nagib, quando percebi que ele declamava um dos meus poemas. Notei com tristeza que os versos estavam errados. Meus poemas eram mutilados pelo oleiro. Aproximei-me dele e ensinei-lhe a declamá-los da forma certa, o que ele fez sem grande dificuldade. No dia seguinte, passei pelo mesmo lugar e ouvi novamente o oleiro a repetir os mesmos versos de forma errada. Cheio de paciência tornei a ensinar-lhe a maneira correta e pedi-lhe que não tornasse a deturpá-los. Hoje, finalmente, eu regressava do trabalho quando, ao passar diante da casa do oleiro, percebi que ele declamava minha poesia estropiando as rimas e mutilando vergonhosamente os versos. Não me contive. Apanhei uma pedra e parti com ela um de seus vasos. Como vê, meu comportamento nada mais é do que uma represália pela conduta do oleiro.
Ao ouvir as alegações do poeta, o juiz dirigiu-se ao oleiro e declarou:
– Que esse caso, Nagib, sirva de lição para o futuro. Procure respeitar as obras alheias a fim de que os outros artistas respeitem as suas. Se você equivocadamente julgava-se no direito de quebrar o verso do poeta, achou-se também o poeta egoisticamente no direito de quebrar o seu vaso.
E a sentença foi a seguinte:
“Determino que o oleiro Nagib fabrique um novo vaso de linhas perfeitas e cores harmoniosas, no qual o poeta Fauzi escreverá um de seus lindos versos. Esse vaso será vendido em leilão e a importância obtida pela venda deverá ser dividida em partes iguais entre ambos.”

A notícia sobre a forma inesperada como o sábio juiz resolveu a disputa espalhou-se rapidamente. Foram vendidos muitos vasos feitos por Nagib adornados com os versos do poeta. Em pouco tempo Nagib e Fauzi prosperaram muito. Tornaram-se amigos e cada qual passou a respeitar e a admirar o trabalho do outro. O oleiro mostrava-se arrebatado ao ouvir os versos do poeta, enquanto o poeta encantava-se com os vasos admiráveis do oleiro.


quarta-feira, 5 de março de 2014

Estatísticas Confirmam: mortos logo participarão do carnaval baiano.




Embora eu não compreenda muito bem como em 35 mil leitos disponíveis entre hotéis e pousadas (A Tarde/13-01-2010) dormiram os 500 mil turistas que visitaram salvador durante os seis dias de carnaval (Secretaria Estadual de Turismo, 2010). Compreendo menos ainda como eles ocuparam apenas 84% desses leitos – conforme declarou o secretário de Turismo Domingos Leonelli.
Valendo-me desses dados e fazendo uma força extrema para ser ignorante, façamos uma breve consideração: 500 mil turistas ÷ por 6 (dias de folia) = aprox. 83 mil. E se a cidade dispõe de 35 mil leitos e 84% deles foram ocupados = 24.400. Ainda assim, teríamos diariamente, algo em torno de 58.600 turistas sem teto. Abusando da minha boa vontade em querer acreditar nisso tudo e cogitando os meus possíveis erros de cálculos, conjecturemos – absurdamente hipotético que – 40.000 desses turistas tenham alugado apartamentos, pernoitado em motéis, acampados na Praça Castro Alves, ficado na casa de conhecidos, ou hospedados em albergues e pensões clandestinas, os outros 18.600 turistas dormiram ao relento, ficaram de virote, foram abduzidos ou ficaram nas casas do Prefeito, do Governador e do Secretário de Turismo?
Devo admitir, entretanto, que estou imensamente mais preocupado com o nosso SUPERÁVIT de mortalidade e violência no carnaval: em 2008 foram registradas 1.224 ocorrências policiais, em 2009, 1.150 e em 2010, apenas 770. Isso sem contar que – incrivelmente surreal – há 3 anos não foi registrada nenhuma morte. Se esses extraordinários dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública forem mesmo verdadeiros – o que acho pouco provável – indubitavelmente, os mortos deverão participar dos próximos carnavais de Salvador. E como predizia Darcy Ribeiro, no seu livro, O Povo Brasileiro (1995):

"[...] não contando com séries estatísticas confiáveis para o passado – se não as temos nem no presente –, faremos uso aqui, vastamente, do que eu chamo demografia hipotética. Vale dizer, séries históricas compostas com base nos poucos dados concretos e completadas com o que parece ser verossímil”.

* Texto escrito após o carnaval de 2010, mas afora os nomes dos personagens, as estatísticas permanecem como ensina a matemática: LÓGICA! E eu que sempre pensei não compreender a matemática, hoje penso menos ainda, mas creio que talvez, eu não compreendesse mesmo era a lógica…