Certa
vez, um empresário muito rico tomou a decisão de viajar com seu filho para um lugarejo
afastado e miserável, com o firme propósito de convencer a criança desde muito cedo,
sobre a necessidade de valorizar os bens materiais, o status e o prestígio
social. Eles então ficaram – durante um dia e uma noite – hospedada, sem nenhum
conforto, no casebre velho de uma família humilde. Todavia, tão logo retornaram
da viagem, sem conter a presunção de que havia transmitido um valioso
ensinamento, o pai perguntou esperançoso:
–
Então meu filho, o que achou da viagem?
–
Muito boa pai! – respondeu o menino com certa brevidade.
–
Você percebeu meu filho, como as pessoas pobres podem ser?
–
Sim pai! – retrucou já bastante reflexivo.
–
E o que você aprendeu com toda miséria que viu naquele lugar tão pobre?
Já
nesse instante, a criança parou por um breve tempo, olhou para cima como quem
buscasse concluir seus pensamentos e respondeu:
–
Eu vi que nós só temos um cachorro em casa, enquanto eles têm quatro. Nós temos
uma piscina que alcança o meio do jardim, eles possuem um riacho que não tem
fim… Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas florescentes. Já
eles têm as estrelas e a lua no céu. E o nosso quintal pai… Ele vai até o
portão de entrada, eles nem precisam de portão, pois têm uma floresta inteira –
e enquanto o pai lhe fitava emudecido, tomado por seus argumentos o menino
prosseguia:
–
Nós temos alguns belos canários, mas que vivem presos em gaiolas, e eles têm
todas as aves que a natureza pode oferecer, soltas! Nossa comida é toda
industrializada ou congelada. A deles é pescada no riacho, colhida na horta ou
que pegam no terreiro, enfim papai… a alimentação deles é mais saudável que a
nossa. – e sem dar tempo de seu pai interromper asseverou:
– E, além do mais, observei que eles rezam
antes de qualquer refeição, enquanto que nós aqui em casa sentamos a mesa e
falamos de etiquetas, negócios, cotação de dólar, eventos sociais. Acho que nem
comemos direito, empurramos o prato e pronto!
–
E o quarto onde dormi… Fiquei até envergonhado! Antes de se deitar, o Tonho
ficou de joelhos e orou agradecendo a Deus por mais um dia. Inclusive pela
nossa visita, enquanto eu fiquei mudo, pois nem sabia rezar. Deve ser porque aqui
em casa, vamos para o quarto, e mal deitamos ligamos a televisão e já
dormirmos.
–
Outra coisa meu pai… Eu dormi na rede do Tonho, e ele foi dormir no chão, pois
lá não tinha uma rede para cada quarto, enquanto aqui em casa, nós deixamos a
empregada dormir lá naquele quarto todo bagunçado, onde guardamos os nossos
entulhos. Coitada! Depois de trabalhar o dia todo, ela vai dormir com tamanho
desconforto… e nós temos camas macias e cheirosas sobrando… Mas fazer o que se elas
servem para ficar guardadas, esperando o dia que aqueles seus amigos chatos
vierem nos visitar.
E
quanto mais o filho falava amplificando sua certeza, mais seu pai sucumbia de envergonhado.
Incitado pela pura sabedoria da ingenuidade, após todos seus desabafos, levantou-se,
abraçou o pai e disse como conforto:
–
Obrigado pai, por me mostrar o quanto ainda somos pobres.
LEMBRE-SE
SEMPRE:
Tudo
o que você tem na vida, depende da maneira como você olha o mundo, da maneira
como você valoriza os outros. Se você tem amor, amigos, família, saúde, bom
humor, honradez, sobrevive nesta vida com dignidade, tem atitudes positivas,
partilha com bondade as coisas que você ganhou de Deus, você tem tudo! Porém,
se você é egoísta e "pobre de espírito", você não tem nada!!!
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